quarta-feira, 8 de abril de 2009

Capítulo I

Partimos de Floripa num frio de rachar rumo a Europa. Pra variar ele se atrasou para me levar ao aeroporto, culpa do trânsito. Reclama daqui, reclama dali acabamos chegando em cima da hora.
Carol fala pelos cotovelos, no auge de sua carreira e da maturidade é uma mulher atraente, alta, magra, apesar de desejar formas mais arredondadas, chama atenção pelos olhos grandes castanhos emoldados pela pintura da maquiagem. Loira e elegante, parece elétrica, mal consegue carregar suas bagagens, ou seja, três malas cheias. Isso que afirma levar apenas o essencial para sua sobrevivência.
Eu me chamo Nina,tenho 41 anos, me acho proporcional nos meus 1,59cm, estou mais quieta que o normal, talves por ter me sensibilizado com uma carta escrita por minha filha que encontrei no bolso do meu casaco. Viajamos a passeio e o destino é Paris e Italia, um sonho. Carol, mais excitada que eu repete sem parar a expectativa de encontrar em Milão seu amor de Buenos Aires, José.
Olhares! Observamos executivos saindo de Floripa rumo a São Paulo.
- Pessoas simpaticas. Comentei.
- Onde, onde, quem??? Respondeu Carol sacudindo a cabeleira loira.
Sempre perdida, comenta que a sua terapeuta alerta para que ficasse mais atenta às pessoas. Essa era a grande dificuldade de Carol. Conhecer pessoas fora do ambiente de trabalho.
Na chegada em São Paulo, aconteceu a primeira encrenca. A mala de Carol ruma direto a Paris.
- Não pode ser???? O que farei sem minhas malas???? Falou Carol aos berros.
- Carol, calma, o pior poderia acontecer...tua mala ir para o Egito. Falei na brincadeira.
Naquela noite pensei no que havia deixado para trás, construido em tantos anos. Meu trabalho, minha casa, minha família, meus amigos e um amor. O sono veio, e naquela noite sonhei, sonhei, sonhei.

Um comentário: